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Preocupação excessiva, sensação de que algo ruim vai acontecer, dificuldade para relaxar mesmo quando tudo parece estar bem.
Esses são sinais clássicos do Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG), um quadro que afeta profundamente a qualidade de vida e que é mais comum do que se imagina, especialmente entre imigrantes.
Diferente de uma ansiedade pontual, o TAG se caracteriza por uma preocupação persistente, desproporcional à situação real, que se estende por pelo menos seis meses.
Não se trata de drama, exagero ou falta de fé. É uma condição clínica, com base neurobiológica, emocional e comportamental.
Na prática, a mente da pessoa com TAG funciona como se estivesse sempre em modo de alerta.
Pequenos eventos se transformam em grandes ameaças.
Pensamentos automáticos catastróficos tomam conta, gerando tensão muscular, irritabilidade, dificuldades de concentração, fadiga e alterações no sono.
Na clínica, é comum ouvir frases como: “Eu não consigo desligar”, “Parece que estou sempre devendo alguma coisa”, “Minha mente não para, mesmo quando está tudo bem”.
Quando essa queixa aparece, iniciamos o trabalho de identificação dos pensamentos distorcidos e das crenças disfuncionais que alimentam o ciclo ansioso.
Por exemplo, a crença de que se preocupar evita que o pior aconteça.
Utilizando estratégias da Terapia Cognitivo-Comportamental, ajudamos o paciente a reconhecer seus gatilhos, questionar esses pensamentos automáticos e desenvolver respostas mais adaptativas.
Com o suporte da Terapia do Esquema, investigamos padrões mais profundos, como a exigência de perfeição, o medo de punição ou o esquema de desamparo, que frequentemente estão na base da ansiedade crônica.
O tratamento do TAG exige acompanhamento profissional, mas traz resultados significativos.
Com o tempo, o paciente aprende que é possível sentir medo e, ainda assim, seguir em frente.
Que é possível cuidar de si sem estar sempre se antecipando ao pior.Você não precisa viver em estado de alerta.
Existe um caminho possível entre o medo e a calma.
E a terapia pode ser esse caminho.
Um abraço,
Mariana Lellis