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22 May
Depressão atípica: e se o problema não for preguiça, mas uma tristeza que ninguém vê?

A depressão atípica é uma das formas mais silenciosas e frequentemente mal compreendidas do transtorno depressivo. 

Diferente da imagem clássica da depressão, em que a pessoa parece sempre triste, sem energia ou isolada, quem sofre com esse tipo de quadro pode manter uma vida funcional e, ainda assim, carregar um sofrimento intenso por dentro.Uma das principais características é a reatividade do humor. 

Há momentos de aparente normalidade ou até alegria diante de estímulos positivos, mas essas reações são passageiras. Logo a apatia, o desânimo e o cansaço voltam com força. 

Costuma haver também aumento de sono e apetite, hipersensibilidade à rejeição e uma sensação constante de peso emocional.

Em clínica, é comum que o paciente diga frases como “parece que estou atuando o tempo todo”, “ninguém acredita em mim porque eu não pareço triste o suficiente” ou “até quando estou rindo, me sinto vazio”. Esses relatos não são exagero. São sintomas.

Na Terapia Cognitivo-Comportamental, começamos pela identificação dos pensamentos automáticos que sustentam o sofrimento. Muitos deles vêm carregados de exigência, autocrítica e desesperança.

Já na Terapia do Esquema, observamos padrões mais profundos, como esquemas de abandono, exclusão social ou autodepreciação, que contribuem para esse tipo de depressão.É fundamental compreender que depressão atípica não é frescura, nem falta de força de vontade. 

É um transtorno real, com base neurobiológica e emocional, que exige tratamento especializado.

O processo terapêutico ajuda a dar nome ao que está sendo vivido, restabelece a conexão com as emoções e permite a construção de uma vida que não seja apenas sustentada pelo esforço de parecer bem.

Você sente que precisa estar bem para os outros mesmo quando está se desmanchando por dentro?

Um abraço,
Mariana Lellis

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