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A síndrome do impostor é um padrão psicológico em que a pessoa tem dificuldade em reconhecer suas conquistas e vive com a sensação de que, a qualquer momento, será "descoberta" como uma fraude.
Mesmo diante de elogios, diplomas ou experiências bem-sucedidas, o sentimento interno é de inadequação e dúvida.
Esse fenômeno não é oficialmente classificado como um transtorno mental, mas é amplamente estudado na psicologia clínica por seus impactos na autoestima, na ansiedade e na qualidade de vida.
Para imigrantes, esse padrão se intensifica.
A pressão por se adaptar, falar bem o novo idioma, corresponder às expectativas e provar competência em um ambiente estrangeiro pode alimentar a autocrítica constante.
Em clínica, é comum ouvir frases como: “Se me elogiam, penso que foi sorte”, “Sinto que estou enganando todo mundo”, “Tenho medo de que percebam que eu não sou tão boa assim”.
O esforço para manter essa imagem de competência é emocionalmente esgotante e muitas vezes acompanhado de ansiedade, procrastinação e culpa.
Na Terapia Cognitivo-Comportamental, exploramos os pensamentos disfuncionais que sustentam essa síndrome.
A ideia de que “eu só fui escolhida porque não havia ninguém melhor” ou de que “preciso estar sempre no controle para não errar” é avaliada, questionada e reformulada.
Com a Terapia do Esquema, investigamos origens mais profundas ligadas a esquemas de exigência implacável, desvalorização, crítica punitiva e comparação constante com os outros.
O tratamento não se baseia apenas em “acreditar em si mesmo”.
É um trabalho gradual de reconstrução interna, onde o paciente aprende a reconhecer suas capacidades de forma realista, a acolher suas falhas sem se destruir por elas e a ocupar os próprios espaços com mais segurança.
Você sente que está sempre se esforçando para parecer mais do que é, com medo de ser descoberto?
Um abraço,
Mariana Lellis